domingo, 19 de abril de 2009




. "Da silhueta à sombra, verifica-se em descentramento. A sombra é sempre uma viagem para além do objecto e da pessoa. Uma circum-navegação íntima. E a silhueta e tão só o seu indício, o carimbo que infantilmente todos os viajantes gostam de coleccionar nos seus passaportes. Acontece com a sombra o mesmo que acontece no cinema. è de uma projecção que se trata. O que nos leva ao tempo da lanterna mágica, que começou por ser um teatro de silhuetas. O que nos leva à magia, que só é verosímil quando nos devolve a evidência do real, através de um processo de transfiguração. (...) É ai que um objecto, uma pessoa ou um planeta transformam a luz em sombra. Irradiam. (...)




Não poderemos saber o tempo de um instante quando

na montanha de flores

uma pétala cai

sobre a sua sombra?" João Fernandes em Lourdes Castro, Sombras à volta de um Centro .

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