terça-feira, 9 de setembro de 2008






. Boa noite, Manuela, e como a sopa até ao fim, a falar disto e daquilo, sem dar a entender qe estou triste, sem dar a entender que tenho um nó na garganta, sem dar a entender que sinto a minha vida em cacos porque juro-te que não sou tão parvo que vá chorar à tua frente. Tu levantas-te, tiras-me a colher, pões o meu prato em cima do teu, trazes o arroz de coelho da cozinha, e eu a abrir uma garrafa de cerveja que às vezes sempre ajuda um bocadinho a dissolver a tristeza e o nó na garganta, e enquanto me sirvo de arroz fico à espera que me fales do Carlos . António Lobo Antunes

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